segunda-feira, fevereiro 10, 2025
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História da Imigração Açoriana em Florianópolis

Crises de alimentos, superpopulação, o vulcanismo e a própria proximidade com o oceano, que funcionaria “como um convite insistente e persistente à busca de aventura”, segundo palavras do historiador Walter Fernando Piazza, foram fatores que estimularam a emigração de açorianos para o sul do Brasil, a partir de 1748. A esses elementos se associou a intenção da Coroa Portuguesa de povoar pontos estratégicos do Brasil meridional, território também cobiçado pela Espanha.

Foi nesse cenário que o rei de Portugal, dom João V, decidiu disponibilizar meios de transporte e prometer terras, animais e ferramentas com o objetivo de aliciar colonos para atender à demanda por ocupação do território, e também aliviar as pressões vividas pelos ilhéus, que desejavam se livrar das ameaças naturais, particularmente na ilha do Pico, onde ocorreu, em 1718, a última grande erupção, que destruiu vilas inteiras e queimou casas e colheitas.

Assim, da primeira leva até 1756, chegaram cerca de 5.000 açorianos à vila de Nossa Senhora do Desterro, antigo nome de Florianópolis. Uma vez estabelecidos, eles se espalharam por quase todo o litoral catarinense, além de seguirem, em parte, para o território de Rio Grande de São Pedro, futuro estado do Rio Grande do Sul. Em todas as freguesias que fundaram ou ocuparam, deixaram marcas de sua cultura, tradições e extrema religiosidade.

As ilhas do grupo central – Terceira, Pico, Faial e São Jorge – foram as que mais enviaram casais para o Brasil. Nas últimas décadas, houve uma retomada desse contato, por meio de projetos que envolvem instituições públicas e privadas nas áreas da cultura, do turismo e do empreendedorismo.

Obra início: Neri Andrade

Texto: Paulo Clóvis Schmitz

Fotos: Guto Ambar