Historicamente, a cerâmica utilitária foi o principal utensílio de uso doméstico nas casas de descendentes de açorianos no litoral catarinense. A fartura e a qualidade da argila facilitaram a produção de potes, panelas, pratos, xícaras e alguidares que as famílias utilizavam no dia a dia para fazer comida, servir à mesa, armazenar água e itens da culinária que pudessem ser guardados sem risco de deterioração. O município de São José, ao lado de Florianópolis, era o maior fornecedor dessas peças, vendidas especialmente no Mercado Público da capital. A localidade de Ponta de Baixo concentrava grande número de oleiros e olarias, a ponto de se tornar a cidade a “capital da louça de barro” no estado.
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Sem alcançar escala industrial, no entanto, outros utensílios eram fabricados desde antes da chegada dos açorianos, mas ganharam expressão a partir dessa imigração. É o caso da cestaria, produzida a partir de fibras vegetais como o ticum, a taboa, o piri, o junco, o vime e a tiririca. Com esses e outros materiais também eram manufaturados chapéus, redes, tarrafas, cestas e bolsas para a roça e a pesca, além de colchões rudimentares.
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Ainda eram de grande utilidade os pilões de madeira, que continuam comuns em comunidades mais afastadas, e as gamelas, que, entre outras, tinham uma função higiênica, sendo usadas para o banho de adultos e crianças.
Texto: Paulo Clóvis Schmitz
Fotos: Guto Ambar