Muito do artesanato produzido nos Açores, em diferentes momentos da história das ilhas, tem relação com o mar. A cestaria feita de vime era muito utilizada na pesca, mas também tinha uso doméstico acentuado, dada a fartura de produtos vegetais no arquipélago. Essa arte chegou ao sul do Brasil com os açorianos, que também trouxeram a cerâmica figurativa e a utilitária, os bordados e as rendas.
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A renda de bilro e o crivo permanecem vivos em algumas comunidades, graças à capacidade dos artífices de se adaptar aos novos tempos. Essas técnicas tiveram um papel importante porque, de um lado, ajudavam a vestir as mulheres e, de outro, permitiam um ganho extra para rendeiras e criveiras, que vendiam sua produção para nativos e turistas apreciadores do seu trabalho.
A renda de crivo, usada no passado também para vestir os nobres e o clero, reaparece aplicada em detalhes das roupas modernas. Essa técnica, que exibe a extrema habilidade de mulheres que a aprenderam com suas mães e avós, ainda é utilizada em alguns pontos do litoral, com destaque para o município de Governador Celso Ramos, próximo a Florianópolis.
A renda de bilro também aderiu a soluções criativas, migrando do enxoval para as roupas de praia e aumentando a receita de dezenas de artesãs do litoral catarinense.
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Texto: Paulo Clóvis Schmitz
Fotos: Guto Ambar