segunda-feira, abril 28, 2025
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Fortalezas em Florianópolis

As fortalezas foram construídas dentro e no entorno da ilha de Santa Catarina quando a Coroa Portuguesa percebeu que corria o risco de perder para a Espanha alguns territórios no Brasil meridional, na primeira metade do século XVIII. A região era considerada estratégica por sua localização e porque servia de ponto de reabastecimento e conserto para embarcações que rumavam ao rio da Prata e, dali, ao interior do continente sul-americano, pródigo em minérios e outras riquezas.

Compunham o núcleo do sistema defensivo os fortes de Santa Cruz de Anhatomirim, São José da Ponta Grossa e Santo Antônio de Ratones, um triângulo aparentemente intransponível na entrada norte das baías que separam a ilha do continente. Esse conjunto data do início da década de 1740 e foi erguido sob o comando do governador José da Silva Paes, que também solicitou aos reis de Portugal a colonização do litoral por imigrantes açorianos, no que foi atendido. Porém, o cuidado do governador não deu os resultados esperados, porque em 1777 uma esquadra espanhola entrou por terra e transformou a ilha em território sob o seu comando por um período de oito meses.

Depois dessas fortalezas centrais, outras foram edificadas na Lagoa da Conceição, na ilha de Araçatuba, na região central e na parte continental da cidade. Muitas dessas fortificações desapareceram ou deixaram ruínas esparsas, mas as de maior importância histórica – Anhatomirim, Ponta Grossa e Ratones – foram tombadas, restauradas e, sob o gerenciamento da Universidade Federal de Santa Catarina, estão entre as principais atrações turísticas da Grande Florianópolis na atualidade.

Texto: Paulo Clóvis Schmitz

Fotos: Guto Ambar