Os açorianos que ocuparam o litoral sul-brasileiro deixaram um grande legado na região, mas em relação à arquitetura a herança não vem exatamente do arquipélago. Historiadores, arquitetos e urbanistas entram em consenso quando falam do assunto: o que se vê em casarios, igrejas, edifícios públicos e na configuração dos centros urbanos tem como gênese a tradição construtiva de Portugal continental. Por isso, esses especialistas chamam de “arquitetura de características luso-brasileiras” o estilo trazido pelos imigrantes, presente em todo o território nacional, inclusive em lugares que não receberam açorianos.
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Os Açores foram ocupados prioritariamente por portugueses das regiões do Alentejo, do Algarve e da antiga Estremadura, que trouxeram seus modelos construtivos e os adaptaram às ilhas, ricas em pedra vulcânica. No arquipélago, usavam-se muros baixos de pedra, para melhor aproveitamento do terreno, e era comum a construção de chaminés.
No Brasil, no período colonial, as residências tinham cobertura em duas águas, com caimento de frente para a rua e, nos fundos, para o quintal. Nas casas térreas, a distribuição interna se dava por uma sala frontal, seguida das alcovas (cômodos fechados, sem janelas) e, nos fundos, a cozinha; a circulação ocorria em um corredor lateral ou central.
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No centro de Florianópolis e nos núcleos do interior da ilha de Santa Catarina, muitas edificações eram geminadas, construídas umas junto às outras por razões de segurança.
As mudanças vieram com a modernidade e a transformação dos hábitos e das necessidades da população, mas no interior da ilha de Santa Catarina ainda há exemplares de casas – muitas delas em ruínas – que preservam os traços da arquitetura trazida pelos imigrantes.
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Texto: Paulo Clóvis Schmitz
Fotos: Guto Ambar