Acervo Museu Etnográfico Casa dos Açores. Foto Guto Ambar
Por Paulo Clóvis Schmitz
No Brasil, é comum haver nomes diferentes para as mesmas brincadeiras infantis. De qualquer modo, nas comunidades onde permanecem os vestígios da colonização açoriana é comum brincar de pé de lata, perna de pau, ovo no saco, ovo na colher, taco, corrida, carroção (ou carretão) de madeira e morto-vivo. Também com a pandorga (ou pipa), que é universal e atrai tanto jovens como adultos, além do boi de mamão (uma variação do boi-bumbá), das cinco marias, das sete marias, do batizado de bonecas e do cozinhadinho – estas, brincadeiras das meninas.
No rol das diversões entram ainda o jogo de bola de gude, também universal, e a bola de sete capas. As crianças participam de algumas diversões de adultos, como a contação de história, comum nas antigas reuniões familiares em que todos se encontravam no fim da tarde ou à noite, após o jantar. Era a tradição oral, que tinha o poder de transmitir contos e histórias de uma geração a outra.
Parlendas, adivinhações e trava-línguas costumam envolver pessoas de diferentes gerações e também podem ser incluídas na categoria da literatura oral. Da mesma maneira, as festas juninas nunca foram voltadas só para adultos, contemplando as crianças nas escolas e nas brincadeiras promovidas por famílias e comunidades.