segunda-feira, fevereiro 10, 2025
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Lendas e superstições em Florianópolis, a Ilha da Magia

Acervo Abracadabra. Foto Guto Ambar

por Paulo Clóvis Schmitz

A maior parte da cidade de Florianópolis está assentada sobre o que se convencionou chamar de “ilha da magia”. O nome decorre da crença dos manezinhos tradicionais em lendas e superstições que vêm de longo tempo, da época da colonização, e se consolidaram no imaginário popular. São bruxas, lobisomens, boitatás, assombrações e feitiçarias praticadas contra pessoas inocentes. Muito do fantástico que se descreveu e se preserva na região foi registrado e documentado pelo folclorista Franklin Cascaes, que conversava com pescadores e moradores do interior da ilha em uma época de pouca comunicação e estradas precárias ligando os bairros e os balneários da cidade.

De acordo com a crença dos nativos, as bruxas assustavam os pescadores, roubavam seus barcos, brincavam com suas tarrafas, davam nós nas crinas dos cavalos e chupavam o sangue de crianças pequenas. As famosas pedras no bairro Itaguaçu, que ornamentam uma parte da baía sul, seriam mulheres transformadas em rochas porque promoveram um encontro bruxólico e não convidaram o demônio para a festa.

Relatos de visões de lobisomem ainda são comuns entre pessoas de mais idade na ilha. O lobisomem seria sempre o sétimo filho homem de uma família numerosa, ao passo que a bruxa era a sétima mulher nascida dos mesmos pais.

A ilha ainda tem histórias de visagens, luzes que aparecem do nada nas noites escuras e o nascimento das lagoas da Conceição e do Peri. O amor proibido entre os dois indígenas fez com que Conceição chorasse tanto que suas lágrimas se transformaram em uma lagoa de águas salgadas. Já o padecimento de Peri gerou uma lagoa em forma de coração, que leva o seu nome no sul da ilha.