O primeiro Mercado Público de Florianópolis foi inaugurado em janeiro de 1851, entre o mar e a atual praça Fernando Machado, quando a cidade, ainda chamada de Nossa Senhora do Desterro, tinha em torno de 20 mil habitantes. Estava resolvido assim o problema da venda desordenada de víveres, em condições de higiene precárias. No entanto, a cidade e a demanda cresceram e um novo mercado foi entregue em fevereiro de 1899, já oferecendo armarinhos e produtos que iam além do peixe, da carne e de gêneros alimentícios de primeira necessidade.
Funcionando no mesmo local onde está até hoje, o Mercado Público era o principal ponto comercial da cidade. Mais uma vez, a expansão urbana forçou a construção de uma nova ala, o que ocorreu em 1931, em uma fase de investimentos públicos em infraestrutura, saneamento e energia elétrica, e logo após a construção da ponte Hercílio Luz, a primeira travessia física entre o continente e a ilha de Santa Catarina. A instalação de câmaras frigoríficas, nessa mesma época, pôs fim ao período de perdas de produtos perecíveis.
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Durante décadas, o Mercado continuou recebendo produtos por mar e por terra, sendo o principal ponto comercial e de encontro de Florianópolis. A construção do aterro da baía sul interrompeu o contato da cidade – e do Mercado – com o mar, e a casa ganhou ares mais cosmopolitas, com a instalação de bares, restaurantes e empórios. Paralelamente, a cidade ganhou os primeiros shopping centers, e os bairros e balneários passaram a ter um comércio próprio, o que reduziu a importância do Mercado para os moradores.
Um grande incêndio, em agosto de 2005, destruiu a ala norte do Mercado, tomada por lojas de roupas, calçados e artigos de plástico. A reconstrução levou alguns anos; em 2015, o estabelecimento ganhou um novo mix, mais afinado com os mercados de outros estados e países. Hoje, mantém as antigas peixarias e lojas de preço popular, mas oferece outras opções a clientes mais exigentes da cidade e de fora dela.
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Texto: Paulo Clóvis Schmitz
Fotos: Guto Ambar