A chamarrita, dança que a linguagem coloquial também chama de “limpa-banco” porque alvoroça todo o salão, é uma herança notoriamente açoriana no litoral catarinense. Especula-se que o nome tenha derivado da expressão “chama a Rita!”, alusão a um suposto apelo feito a uma jovem que alguém queria convidar para um encontro ou dança. No Rio Grande do Sul, o bailado ensejou a criação da chimarrita, que está entre as manifestações mais autênticas e conhecidas do tradicionalismo regional. Se o tocador for bom e souber improvisar, a chamarrita é sinônimo de alegria e animação em bailes que atravessam a madrugada.
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Outra dança muito conhecida é o pezinho, de origem praieira e antigamente comum nos botequins e casas de orgia de Portugal. Já a tirana é uma dança cantada, neste caso pelas mulheres, mas sem a coreografia que é comum nos Açores. Também há o quebra-quebra gabiroba, que a antropóloga catarinense Ana Lúcia Coutinho lembra de ter dançado na região de Tijuquinhas, em Biguaçu, na Grande Florianópolis, e que nunca observou nos Açores, nas inúmeras viagens que fez ao arquipélago.
Muito citada como herança açoriana, a ratoeira está mais para uma brincadeira de roda do que para uma peça de música e dança; é marcada por quadras cantadas sobre temas de amor ou provocação picante. Nesse ritual, as mulheres formam uma roda central e os homens ficam no lado de fora, como que observando as evoluções femininas.
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Texto: Paulo Clóvis Schmitz
Fotos: Guto Ambar
Instrumentos musicais: Acervo Museu Etnográfico Casa dos Açores