domingo, fevereiro 9, 2025
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Pesca na costa catarinense

Os açorianos que ocuparam a costa catarinense eram agricultores em suas ilhas de origem, mas cedo aprenderam a pescar, dada a fartura que o mar oferecia e a necessidade de garantir a subsistência diante dos desafios da nova terra. Com os indígenas da região, começaram a entender os segredos da atividade e a arte de construir e manobrar embarcações adaptadas aos rios, baías e enseadas do litoral.

A caça à baleia foi um período de fartura, porque envolveu um processo industrial complexo e lucrativo, mas depois disso a pesca artesanal, feita individualmente ou sob a coordenação de donos de ranchos de pesca, empregou um bom número de homens. Até hoje, a pesca sazonal da tainha e da anchova, por exemplo, mobiliza centenas de pessoas na ilha de Santa Catarina e na maioria dos municípios da orla catarinense. A tarrafa é a rede mais utilizada pelos pescadores artesanais ou por diletantes de fim de semana, que pescam por prazer em áreas de canais, rios e enseadas de águas mansas.

Também sempre foi muito ativa a cata de berbigões, ostras e mariscos. As mulheres eram parceiras nessa atividade, usando facas e cestas de cipó e bambu para extrair ostras das pedras, curvadas para frente, ou de cócoras, quando extraíam berbigões dos baixios de águas rasas.

De lenço na cabeça ou chapéu, quase todos iam descalços para as praias. Com o crescimento da pesca industrial e a redução dos estoques, a atividade foi perdendo espaço e praticantes. A maricultura, atividade recente e mais lucrativa, reempregou parte desse contingente de trabalhadores.

Texto: Paulo Clóvis Schmitz

Fotos: Guto Ambar