Os açorianos e seus descendentes em Santa Catarina usavam roupas simples no dia a dia, nos afazeres da roça e da pesca, e se esmeravam nos trajes festivos e folclóricos, utilizados em missas, danças e quermesses. A roupa de “ver a Deus” era aquela que homens e mulheres vestiam para ir ao culto dominical. Destaque para o terno masculino, traje que acompanhava o fiel durante toda a vida e era cuidadosamente guardado para não se deteriorar. As melhores peças eram vestidas nas festas do Divino Espírito Santo, o principal evento religioso dos açorianos.
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7691-web-819x1024.jpg)
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7732-web.jpg)
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-8092-3-web-819x1024.jpg)
A camisa de linho ou de algodão ia por baixo do terno. E, às vezes, uma camiseta ainda evitava o contato da roupa principal com a pele e com o mundo externo, e suas sujidades. O chapéu era um elemento importante, de feltro para quem tinha posses, de palha para os mais pobres. No mais, era indispensável nas rotinas do campo e do mar. “A roupa era um reflexo da condição social de cada pessoa”, diz a antropóloga e historiadora Ana Lúcia Coutinho, que pesquisou os usos e hábitos dos açorianos que ocuparam o litoral do estado.
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7940-web.jpg)
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7850-web-819x1024.jpg)
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7748-web.jpg)
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7750-web.jpg)
No começo, os trajes eram confeccionados pelos moradores, em teares próprios ou de terceiros. As mulheres bordavam roupas para adultos e crianças, e era habitual tingir as vestes folclóricas com tinturas naturais para dar a elas um colorido especial. Nem todos tinham dinheiro para comprar calçados, e era normal sair de terno e descalço, ou usando tamancos de madeira com laços de couro na parte de cima. No luto, a regra social mandava usar roupas escuras por pelo menos seis meses.
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7927-web.jpg)
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7942-web-1024x1024.jpg)
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7951-web-1024x1024.jpg)
![](https://retratosacorianos.com.br/wp-content/uploads/2023/04/florianopolis-retratos-acorianos-7960-web-1024x1024.jpg)
Vestuário: Acervo Museu Etnográfico Casa dos Açores
Texto: Paulo Clóvis Schmitz
Fotos: Guto Ambar